Jesus e a cura

"Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões, e ele curou a todas."  (Mateus 12, 15)

Uma das pergunta mais difíceis para alguém responder quando se questiona é "qual é seu problema?". Em um documento de saúde pública emitido pelo ministério da saúde se admite que toda enfermidade tem uma componente de sofrimento subjetivo. Poderíamos dizer que descrever um problema qualquer não é tarefa simples. 

No texto que se acabou de citar, relata uma das muitas peregrinações de Jesus, enquanto anunciava a mensagem do Reino. Pelo seu caminho, pessoas, muitas pessoas, cada qual com suas  demandas e aflições. Pessoas queriam compartilhar seus sofrimentos. Muitas tinham a esperança de encontrar uma solução, pois Jesus representava para as mesmas alguém que se importava.  

Com as atuais necessidades, nem mesmo os profissionais de saúde estão conseguindo atingir essas expectativas. Sentimos pelos bons profissionais, que, por faltar-lhes condições melhores, também se sentem frustrados, visto que também estão submetidos aos mesmos processos. 

Se Jesus aparecesse em pessoa hoje, possivelmente, o colapso seria tão grande que nem mesmo a organização para a copa do mundo suportaria fluxo contínuo de pessoas a sua procura, e, provavelmente, ele seria multado por desordenar o sistema público. “Cuidar” igualmente não é simples assim. É desafiador na mesma dimensão.

Na expressão "curou ali", vemos muito mais que o fato de alguém que não enxergava passar a enxergar. A cura acompanha uma transformação profunda, uma revolução de muitas dimensões. Por isso também que na cura de enfermidades está a explicação para grandes conversões. Paulo foi um exemplo, que de perseguidor passou a ser perseguido por causa da Fé e em razão dela. Sua cegueira e cura, marcaram uma nova caminhada. Uma transformação radical.

Portanto, Jesus, quando cura, mostra-se esse Pastor, um que se importa e cuida das dimensões mais profundas dos homens, inclusive da alma dos pastores de hoje. Curar e cuidar, em Cristo, representa a mesma dimensão de amor e misericórdia para com as preciosas vidas. 

Mas como muitos nos seus dias lhe viraram as costas, ainda hoje Cristo faz milagres, mas nem sempre seus "pacientes" se tornam pessoas desprendidas como Paulo, ou demonstram alguma gratidão. O que dizer dos dez leprosos, de Lucas 17, 15-17ss?

Finalizo argumentando que cada pessoa que tem experimentado  do dom de Deus, inclusive de ser curado, participa de seu Poder e se torna mais responsável. Enterrar preciosidades espirituais como fez o mau servo da parábola de Cristo (Mt 2, 24-27ss), custa caro. Nosso estímulo é que se considere extremamente sério tudo que se pode conhecer e viver na Fé em Jesus.

Hebreus 3, 14 e 15

"Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação."

Cordialmente,