Geração falida (1)?
Uma reflexão no Evangelho de Lucas em que diz “Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18:8, ARA).
Nessa seção do Evangelho de Lucas constata-se uma série de relatos, alguns versando como parábolas, outros, se tratando de orientações de Jesus aos seus discípulos. Essa sequência de ensinos de Jesus é registrada pelo evangelista (médico) Lucas, mais propriamente entre os capítulos 11-22. No pano de fundo pode se verificar um contexto de indagações e incertezas que pairavam sobre os seguidores do mestre, que precisavam ser consideradas, como de fato o foram.
A priori, ao longo de diversas considerações Jesus procura retratar a natureza do Reino de Deus e seus propósitos ao ser revelado aos homens.
Constata-se explicitamente que esse Reino apresentado por Jesus, requer compreensão para que os discípulos não vivam de ilusões. Ao mesmo tempo procura expor a possibilidade de uma viva esperança. Em suma, isso pode ser percebido ao longo do longo diálogo entre Cristo e seus discípulos.
O que precisa ser destacado neste momento é o fato de que os discípulos são desafiados a crer, mesmo quando tudo parece ou parecer perdido. A frase poderia ser: não desistam!
Cabe fazer algumas observações que têm implicações sobre o que está sendo ensinado e a abrangência/implicações desses ensinos, a começar pela recordação das experiências de fé, em princípio, a partir da vida de homens como Enoque, Noé e Abraão. Homens sobre os quais fora dito “[...] andou com Deus”, numa geração falida – (grifo nosso). Toma-se o caso de Noé, por exemplo (Gn caps. 5-10).
A propósito, quando o indivíduo pode ter dúvida sobre a validade de suas experiências com seu Deus? Entre outras considerações possíveis, quanto percebe suas ações como sem resultado aparente ou observa a apatia dos outros, quanto ao modo de existir e viver das sociedades contemporâneas dos temas- comportamentos mais complexos aos mais banais - triviais.
Precisaremos revisitar a interrogação inicial em Lucas, futuramente. Entretanto, para conclusão dessas avaliações iniciais, podemos afirmar que é possível não sucumbir às mesmas mesmices. Pessoas de fé receberam o chamado para confiar em Deus, quanto a sua justiça e recompensa, uma vez que têm crido no amor do Pai por seus filhos e pela sua criação.
De igual modo, o incondicional amor de Deus não falha e convida a todos diariamente à reconciliação (Romanos 5:6-8; Efésios 1:4-5). É por esse amor que devemos crer completamente que Deus proverá salvação e livramento para os seus em qualquer tempo e em todas as gerações.