As implicações da Cruz

 "Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois, perseguido? Logo o escândalo da cruz está aniquilado." (Gálatas 5 : 11)


A cruz tem muitos escândalos. Como alguém pode ver em Jesus o Nazareno, o Filho de Deus, e Salvador do mundo, se “pouca força” demonstra? Há quem tenha dúvida sobre quem é Jesus o Cristo. Uma aceitação do Jesus histórico nem sempre é acompanhada de uma compreensão verdadeira do seu papel salvífico. Assim, em torno de um processo de “enfraquecimento” da imagem de Jesus, se constroem os pilares de um procurado “diálogo” entre as várias crenças espalhadas pelo mundo.

Além da constatação supracitado, existe outro fato, que diz respeito a afirmação bíblica que todos são pecadores. Isso, na mente humana, soa uma grande ofensa. Como pode que pessoas que fizeram tanto bem a humanidade, até mesmo consideradas “santas”, sejam incluídas no rol dos pecadores, sem que represente uma “grande injustiça”?

Portanto, vemos aqui dois grandes escândalos, “inaceitáveis”, sobre o que a cruz revela, e a imediata reação do homem - o que marca um conflito permanente de interpretações. Estaria o homem realmente nesta condição de perdição tão vil? Seria este Jesus, capaz de salvá-lo? Existiria outro meio de salvação, que não pelo Cristo revelado na cruz?


"Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos." (I Coríntios 1 : 23)

A cruz é escândalo para muitos. Para entendermos um pouco mais sobre isso, precisamos analisar a questão da percepção humana sobre justiça, a final o grande tema da carta de Paulo aos Romanos: A justiça[divina]. O que é, e como se aplica?

A justiça humana é influenciada por fatores tais como a cultura de um povo, questões de crença e outros valores subjetivos. Logo, não tem uma aplicação universal ampla e sem restrições. Nem se quer seria possível usar a frases “fazer justiça com as próprias mãos”, pois não seria isso justiça. Seria julgamento pessoal ou "justiçamento".

Nas Escrituras, textos como aquele do sermão do monte que diz “[...] os que tem fome e sede de justiça” não falam em “fazer justiça” mas em ser justo. Outro ensino que Jesus proferiu diz respeito a ter ensinado sobre a necessidade de que a nosso justiça precisa exceder “a dos escribas e fariseus” (Mt 5.20). Juntando os textos, entendemos que aplicada sobre nós mesmos, essa justiça ainda se mostra incompleta.

Não nos esqueçamos aqui da verdade de que nem mesmo a nós julgamos. Pois a justiça universal é a divina. Pode ser por isso mesmo que os códigos legais dos povos não se comunicam apropriadamente. E mais, por isso que não temos condições de julgar aos outros. E ainda, nosso julgamento, mesmo a nosso respeito ou favor é falho ou suspeito (1Co 11.31,32).

Portanto, a cruz representa grande escândalo para o Paulo, antes da conversão, que se considerava o homem mais “digno”. Para os judeus, confiantes na letra da lei representada pelos muitos ritos, uma grande afronta a dizer que obras e produções pessoais a ninguém salvam. Para os gentios, compreender a gravidade e conceito de pecado, algo complexo.

Desse modo, a cruz representa escândalo para muitos. Principalmente motivado pela percepção individual de justiça própria, ou de salvação pelas obras. Temos muita dificuldade com isso. Esse também é o motivo porque muitos não conseguem absorver o perdão de Deus, através de Cristo. Por se considerarem “perfeitos” ou que seus pecados são superiores a graça oferecida em Jesus, o Nazareno.

"Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido." (Romanos 9 : 33)

Crer em Cristo é a chave para a remoção de todos esses obstáculos. Quem crer não será confundido, isto é, não se escandalizará. Quem crer será salvo, aquele que crer se arrependerá e será perdoado. Aquele que crer terá em Cristo a esperança para a vida[eterna].

Não importa sua justiça própria, obras ou credo, ou qualquer outro subterfúgio. Não há justiça universal fora de Deus, ou salvação sem Jesus o Cristo, a grande revelação desse escândalo da cruz.

Louvemos a Deus por Jesus Cristo, nossa Páscoa!

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