O Bom Mestre

 O jovem rico - Lucas 18:15-17


Certa vez, um homem, jovem, renomado, interrogou a Jesus sobre como herdar a vida eterna, com a seguinte interrogação: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?”

Analisando, de forma mais objetiva, todo o diálogo que se segue, alguns fatos nos chamam a atenção. O primeiro deles são as palavras do homem dirigidas a Cristo, chamando-o de “bom mestre”. Chamar Jesus assim deveria significar sua motivação em seguir qualquer conselho recebido de seu Mestre. Entretanto, isto não ocorreu.

Em segundo lugar, o rapaz, personagem desse diálogo, pergunta sobre o que fazer para herdar a vida eterna. Em essência, parece estar querendo saber o que ele, pessoalmente 'ele', poderia fazer para obtê-la por seus próprios méritos.

Em resposta, Jesus recomendou-o guardar os mandamentos, mas sabemos que ninguém conseguiu cumprir a lei. Apesar disso, aquele moço pensava de si mesmo como alguém que os guardava. Engano seu.

Resumindo, notoriamente, aquele moço se sentia em uma condição melhor a que Cristo percebeu, brotava de seu coração exposto aos olhos do Mestre. Isso confrontou a autoestima daquele jovem que preferiu ficar com sua vida do mesmo jeito, a seguir conselho tão “impróprio” aos seus olhos. “Ainda te falta uma coisa”, foram as palavras de Jesus para o teste final.

Costuma-se pensar que Deus deve nos aceitar como nós somos e moldar-se aos nossos caprichos. O pensamento humanista de que o homem é o centro, aqui se manifesta pela busca da imortalidade, e não necessariamente pela vida eterna, dádiva de Deus para aqueles que o colocam em primeiro lugar.

Cristo nos ensina nesse episódio que o caminho do discipulado e da vida eterna, é o caminho de mudança, não da aparência exterior - primeiramente, mas da transformação do caráter, a semelhança do Mestre. Para ser discípulo de Jesus, é preciso estar disposto a ser um aprendiz para a vida inteira, visto que, para Deus, somos matéria prima e não produto final.

Ser discípulo passa pelo caminho do aprender a servir. Em verdade, somos muito limitados, mesmo em nossas melhores intenções. Devemos desconfiar delas. Verificá-las a luz do julgamento divino. Testar
nossos corações e nossos conceitos sobre o que é ser bom. Então ser bom não é suficiente, é preciso ser moldável. Matéria prima nas mãos do Oleiro Fiel.


Fraterno abraço!

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