Geração falida (2)?
Uma reflexão no Evangelho de Lucas em que diz “Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18:8, ARA).
Nessa seção do Evangelho de Lucas constata-se uma série de relatos, alguns versando como parábolas, outros, se tratando de orientações de Jesus aos seus discípulos. Essa sequência de ensinos de Jesus é registrada pelo evangelista (médico) Lucas, mais propriamente entre os capítulos 11-22. No pano de fundo pode se verificar um contexto de indagações e incertezas pairando sobre os seguidores do mestre, que precisavam ser consideradas, como de fato o foram.
A priori, ao longo de diversas considerações Jesus procura retratar a natureza do Reino de Deus e seus propósitos ao ser revelado aos homens.
[continuando]
Devemos considerar como fato bíblico a questão da indissociabilidade entre os atributos imputados a Deus. Logo, Deus é amor porque é justo e é justo porque é amor. Nesse sentido podemos esperara de Deus a aplicação de sua justiça tanto quanto temos esperança no seu amor imutável.
Entretanto invariavelmente, por tendência, acreditamos mais no amor divino que na sua justiça [do que é justo]: temos dúvidas sobre os cuidados de Deus a nosso respeito; de sua justa retribuição a justos e injustos. Por vezes podemos duvidar até mesmo que "...que [Deus] se torna galardoador dos que o buscam" (Hebreus 11:6 ARA) - ou seja, passamos a creditar que não vale a pena servi-Lo. Porém, o testemunho nas Escrituras está aí para confirmar a justiça de Deus, assim como Cristo é amostra consumada do seu amor.
Ademais, para fazermos o fechamento dessa breve e singela análise em Lucas 11-22, é preciso reafirmar algumas coisas, como segue. Nisso se pode apontar que em todas as gerações houve momentos de aparente estabilidade seguidos ou acompanhados por forte declínio, sob diversas perspectivas, sejam morais, existenciais, etc. Entretanto, constata-se que, por todos esses períodos, houve providências para salvação e livramento aos que de bom grado receberam/acolheram a graça divina.
Portanto a justiça divina é certa, bem como seu amor! Ainda que de forma precária, sob a Terra, sempre habitou um remanescente fiel, e essa é um questão pessoal que envolve lutar e batalhar em parte contra a própria natureza humana.
É sobre escolher de qual lado queremos estar, independente da geração em que estamos inseridos, sendo que dela não fazemos parte completamente. A resposta à indagação de Jesus (Lc 18:8, ARA), é pessoal, isto é, basta que um creia!
Abraços!