O que foi dito sobre o Dilúvio?
Hoje gostaria de trazer um tema das Escrituras que tem, já por vários anos, garantido espaço significativo em séries novelísticas, bem como em produções do Cinema. Trata-se do tema sobre o Dilúvio bíblico. Por vezes assume condição mitológica. Em outros momentos é tratado como uma questão de extrema polêmica, por diversas razões. Destaco razões como evidências arqueológicas, questões de históricos de fenômenos climáticos dramáticos, podendo envolver mesmo assuntos da ordem geológica, dentre outros. Em geral, nos centros acadêmicos de estudos teológicos pode ser discutido dentro de disciplinas tais como Geografia histórica ou Antigo Testamento.
Uma breve descrição no texto bíblico: destaca-se a abordar da narrativa bíblica, a partir de seus próprios pressupostos. Para os estudiosos das Escrituras considera-se que houve um período longo, desde os inícios até os tempos em que o dilúvio é narrado, em que se considera que não havia chovido sobre a Terra (Gênesis, 2: 5 e 6). NINGUÉM NAQUELE PERÍODO SABIA O QUE ERA 'CHUVA'. Havia apenas um leve nevoeiro dos tempos primórdios, que proporcionava irrigações e condições de umidade suficientes para tornar a vida dos seres humanos e das espécies vivas desse período amena e agradável. Acrescenta-se a esse entendimento o que é descrito no primeiro capítulo, 1 do Livro de Gênesis, vss 6-9, isto é, que havia águas 'armazenadas' acima do firmamento. Nisso, que se entenderia, como alguma camada acima da atmosfera da Terra, bem como, águas abaixo do firmamento. Sendo o firmamento, nessa narrativa, a porção “céu”, e abaixo desse firmamento a porção “terra”, em suas diversas formas, dentre elas, em suas formas rochosas. Logo parte desse volume excedente de águas, nesse texto, fica entendido que estava em partes superficiais e profundas do subsolo.
Desse modo, o Dilúvio teria sido o rompimento de todas essas fontes em um só momento ou período (fontes do abismo: Gênesis 7: 10-12), e por isso se auto explicaria como fenômeno universal e não apenas local, pois jamais foi apontado pelos escritores bíblicos como um milagre local.
Pretende-se fixar o tema do Dilúvio bíblico no campo do estudo de suas razões e circunstâncias. Logo, vejamos, como Cristo tratou desse período, nos evangelhos: Mateus 24: 37 e 38, em que Ele afirma que tudo acontecia sob aparente normalidade na percepção dos homens da época, a tal ponto que ninguém podia acreditar na pregação de Noé, de que um Dilúvio estaria por acontecer. Portanto, na visão humana não haveria motivo justificável para uma intervenção divina dessa magnitude, de modo a mudar os rumos da civilização. Para entender melhor o que Jesus estava dizendo, trazemos outro texto de uma carta do Ap. Paulo, onde afirma, em alusão a finais de tempos humanos, o seguinte (1 Tessalonicenses 5: 3), “[...] quando andarem dizendo“ Paz e Segurança ”, eis que sobrevirá repentina destruição [...]” . Logo precisamos refletir biblicamente, e de forma razoável sobre o que é mais perigoso, se a presença de eventos perturbadores ou uma falsa percepção de paz perene universal? Parece-nos que faz muito tempo que nada está normal nessa civilização, haja visto o quanto os homens têm dificuldade em se entender, desde que se aglomeraram em grupo mais elaborados.
Por fim, destaco que, no momento, estamos todos (ou quase todos) estarrecidos com essa crise sanitária humana chamada pandemia de covid-19. Entretanto, o que realmente deveria preocupar (e penso que alguém quer desviar o nosso foco), é qual sociedade ou civilização surgirá (ou seremos) no mundo pós pandemia. Como será esse mundo, quais questões morrerão e quais emergirão ou ressuscitarão dentro de alguns anos? Como será essa calmaria que aguardamos ansiosamente, como que iludidos, estivéssemos tomados de ingenuidade, aguardando um céu na Terra?!
Alerto, portanto, para que não sejamos ingênuos a esse respeito. Entretanto, também não temos razão para perder a esperança pois não é verdade que a "esperança é a última que morre". Pelo contrário, a esperança nunca morre, assim como nossa Fé. A Fé no meu Deus nunca morrerá!
[Do ponto de vista da ciência] O que cientista americano publicou sobre o tema em:
MONTGOMERY, David. A crença no Dilúvio : campo e teoria na evolução da paisagem antes da geomorfologia. Terræ Didatica, v. 13, n. 1, pág. 43-61, 2017.