Ordem e Caos no contexto da Fé

 

Nessa postagem vamos tentar entender as relações práticas entre caos e ordem no contexto da Fé. Para isso pretendo trazer uma saudação epistolar do Apóstolo João, que consideramos ter sido o intitulado "Apóstolo do amor", em diz,

"A graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo [...]". 2 Jo 1:3 (NVI)

Método de saudação semelhante parece que se praticava de forma corrente da parte das autoridades eclesiástica desse período, sendo que o Ap. Paulo também a utilizou. Seria quase que uma formalidade de bênção apostólica. Pode ter sido incorporado das práticas judaicas de saudações públicas. Mas não quero discutir sobre essa questão nessa reflexão. Prefiro eleger como prioridade o sentido dessas saudações, visto que não como considerado vazias ou sem sentido. Logo vejamos.

Essas relações verbais de invocação de bênção se registram no Antigo Testamento, como que em uma sentença, a sobre "Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram" (Sl 85:10 - ARA).

Sabemos que existe um sentido messiânico nesse texto, bem como um entendimento do apelo da relação entre Deus e seu povo. Mas deixaremos de lado temporariamente essa observação para colocarmos em evidência um sentido que pode ser entendido e a partir das relações experimentais do nosso cotidiano.

Daí que podemos trazer uma aplicação mais fácil de entender. Se fôssemos cartesianistas, tentaríamos um número de muitas combinações possíveis. Entretanto posso confirmar que existem duas condições que podemos incorporar já de imediato, ou seja: não é possível haver paz plena sem que haja justiça. Pode ser que alguns chamem isso de justiça social, mas estou falando de algo para além.

Se ficássemos apenas nessa observação, seria suficiente, pois entendemos que a possibilidade de ordem perene em meio ao caos reivindica a necessidade que um justo valor e equidade, que providencie consensos mínimos. Aliás, esse é um grande problema do nosso mundo que, se diga, não tem compromisso com a paz.

Por isso sua justiça não é e não poderá ser assim chamada, pois antes de trazer harmonia, estabelece o conflito. Por outro lado, podemos avaliar a relação entre a graça e a paz no contexto da busca pela paz e harmonia, baseada em consensos mínimos. Digo mínimos, novamente, porque somos humanos e imperfeitos. Entretanto, como já entendemos que a paz é conceito frágil e sujeito à diversas variáveis, logo apelamos para a graça.

A graça pode se sobrepor a todos os infortúnios dessa jornada de Fé e Esperança no porvir. E justamente a graça que foi divinamente ofertada ao Ap. Paulo em momento de grande crise pessoal, de modo que seu coração fosse pacificado (2Co 12:9a - ARC). A graça pacifica o íntimo.

1 Pedro 4:10, pode dizer respeito aos dons? Sim. Mas antes, à nossas limitações e fraquezas. Essa é uma constatação certa e justificável, sendo que a graça da experiência de Paulo era essa graça maravilhosa. Desse modo, não sei que manifestação graciosa de Deus pode ser posta sobre sua e nossa vida, mas sempre deve nos levar a servir. 

Entretanto considero que, quando a experimentamos, não nos sentimos mais como um barco a naufragar, em meio ao caos. Logo, ruge de nossas entranhas a afirmação paulina de que, "Tudo posso naquele local que me fortalece" (Fp   4:13 - NVI).   O "eu acho" dá lugar a 'eu creio', e nada mais do que se diz ou acontece pode superar a relação vital - visceral, que nos aproxima e nos mantem rendidos aos pés do Mestre Jesus.

Logo, a relação entre ordem e caos se esvazia, porque se percebe ser apenas pontos de vista, de um dado momento, meio em lados opostos, por uma humanidade em ebulição. O que fica e aprovado em evidência é a Multiforme Graça de Cristo. 

Até breve!

 

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