Profetismo para hoje
Textos de referência:
1 Samuel, 1:9-19
Ezequiel, 4:1ss
O profetismo histórico - bíblico, reflete fatos surpreendentes. Alguns deles têm fácil compreensão, outros não tanto. Vejamos dois casos, nos ocorridos com o sacerdote -profeta Eli, bem como no caso do profeta Ezequiel.
No primeiro caso, em Eli, observa-se que esse conhecido personagem bíblico, se viu desafiado a distinguir entre embriaguez e clamor de um mulher aflita em seus embates pessoais.
É fato curioso que Eli enfrentou dificuldade em discernir embriaguez em relação às aflições da alma humana. Assim, se colocou num lugar que atrapalhou o exercício de sua missão e sacerdócio, em dado momento. Isso se deu a tal ponto que o escritor bíblico não deixou passar sem registro, pelo que consta para sempre essa história para exemplo das gerações porvir.
O segundo fato, em relação ao profetismo, nessa linha de observação - ocorre quando Deus manda que Ezequiel utilizasse fezes humanas para expressar a condição espiritual da nação dos hebreus. Ali temos o ocorrido curioso em que o profeta 'clama' pela misericórdia divina, para que lhe seja permitido expor os oráculos requeridos mediante a utilização de esterco de animais, em amenização, em razão de suas limitações.
Logo, profetas- ou como seja, profetas - sacerdotes, externaram limitações próprias de sua humanidade, que o Altíssimo não as ignora. Antes, estendendo a mão, Deus socorre seu(s) mensageiro(s) em suas fraquezas, dando-lhe continuidade aos seus serviços.
De modo que o profetismo bíblico não se porta com arrogância. Antes, constitui-se em constante exercício de pedir a Deus, discernimento - em honestidade e humildade, sobre o que fala para seus, bem como expressa a necessita constante de clamar pela misericórdia divina em seu próprio favor. Haja visto que profetas pereceram com seu próprio povo.
Dito isso, pensemos em qual a postura necessária para quem se posiciona como transmissor de mensagem divina? O profeta tem direito a pedir clemência, como prerrogativa de honestidade com sigo e com seus ouvintes? Claro está que profetas e sacerdotes precisam consultar e (re)consultar a Deus para identificar qual é a essência da mensagem a ser manifesta e evitar devaneios pessoais ou degradação de sua representatividade. Desse modo, constata-se que tal expediente foi utilizado pelos escritores bíblicos, no exercício de sua fiel vocação/missão.
Daí que ninguém seja desavisado(a) ao transmitir qualquer mensagem ou receber/abraçar qualquer "recado"! Existem mensagens e recados, mas Deus enviaria alguém a entregar ou receber "recado"? Quais as diferenças? As principais diferenças recaem sobre o teor do comunicado e a vida do portador dos oráculos divinos.
Permanece, pois, a necessidade de constante auto exame pelos vocacionados dos dias de hoje!
Forte abraço!